Mas afinal, que porra é essa?
(A verdade é que andamos toda nela e nem metade a percebeu.
Aqui vai a melhor explicação possível arranjada.)
O Sr. Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus fregueses leais, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele aumenta um pouquinho (30%) o preço da dose da branquinha (a diferença é o preço que os bêbados pagam pela concessão automática de crédito ao consumo).
O gerente do banco do Sr. Biu, um ousado profissional formado com um curso de MBA (ler "emibiei"), entusiasma-se com o aumento do volume de negócios (e dos lucros) do bar do Sr. Biu e decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um activo recebível; começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, usando o fiado dos pinguços como garantia de bom pagamento.
Mais adiante, uns seis executivos de bancos, convictos defensores das virtudes do mercado, lastreiam os tais recebíveis do banco, e transformam-nos em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer. Esses instrumentos financeiros adicionais, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivados, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas de fiados do Sr. Biu).
Esses derivados começam a ser
negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados financeiros de 73 países. Bancos como o Lehman Brothers ou grandes Companhias de Seguros como a AIG compram-nos e usam-nos para fazer óptimos negócios de grande rentabilidade.
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